sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

HISTÓRIAS DO CEMITÉRIO DO CATUMBI - PARTE 2 (de 13) por Francisco Souto Neto.

HISTÓRIAS DO CEMITÉRIO DO CATUMBI
PARTE 2 (de 13)

Francisco Souto Neto

A obra biográfica Visconde de Souto: Ascensão e “Quebra no Rio de Janeiro Imperial”, escrita em coautoria por mim e minha prima Lúcia Helena Souto Martini, conta com um APÊNDICE em sua parte final, da página 457 à 510, subintitulado O Cemitério do Catumbi, no qual faço o relato do que foi a minha luta desde o ano de 1969 – há quase meio século –  pela preservação do setor histórico da referida necrópole do Rio de Janeiro, onde estão sepultados os mais importantes vultos históricos do Brasil Imperial.
O Apêndice conta com 13 capítulos. Este é o 2º capítulo do Apêndice.

APÊNDICE

O CEMITÉRIO DO CATUMBI:
DEPOIMENTO DE FRANCISCO SOUTO NETO


2

1972 – O LIVRO ARTE E SOCIEDADE NOS CEMITÉRIOS BRASILEIROS


No ano de 1972 foi lançado o livro Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros, da autoria de Clarival do Prado Valladares, editado pelo Conselho Federal de Cultura, do MEC, como resultado de um estudo da arte cemiterial ocorrida no Brasil, desde as sepulturas de igrejas e as catacumbas de ordens e confrarias, até as necrópoles secularizadas. Só muito recentemente, em 2008, tomei conhecimento dessa obra em dois volumes que pesam, somados, seis quilos. Organizado entre os anos de 1960 e 1970, é hoje um título raro e muito procurado por historiadores.
Não se poderia supor, naquela época, que em futuro próximo o Cemitério do Catumbi seria selvagemente vandalizado. Nesse triste processo, muitos túmulos estariam reduzidos a destroços, perdendo-se também as lápides que indicavam os nomes dos ali inumados. O autor Prado Valladares teve, dentre muitos méritos, também o de preservar no seu livro a rica iconografia do cemitério, de descrever detalhadamente muitos dos túmulos e de listar os vultos históricos que lá encontraram sua última morada.
A relação de pessoas ilustres sepultadas no Catumbi foi fornecida a Pedro Valladares pelo administrador Alexandre Nobre em junho de 1968. Essa relação inclui nomes de pessoas cujos túmulos e lápides, através das décadas, foram desaparecendo pela depredação, mas não é uma lista completa, como veremos adiante.
A relação constante do livro, aqui colocada em ordem, é a seguinte:
Barão de Guaratiba, Barão de Homem de Mello, Barão de Ibirocahy, Barão de Lages, Barão de Marroin, Barão de Mauá, Barão de Mesquita, Barão de Pilar, Barão de Piraquara, Barão de Quartia, Barão de Santa Margarida, Barão de São Clemente, Barão de São João de Duas Barras, Barão de Sapucaia, Barão do Rio Doce, Barão e baronesa de Anodia, Barão e baronesa de Bomfim, Barão e baronesa de Castello, Barão e baronesa de Itacurussá, Barão e baronesa de Itamarandiba, Barão e baronesa de Maceió, Barão e baronesa de Massarambá, Barão e baronesa de Monte do Cedro, Barão e baronesa de Paquetá, Barão e baronesa de Quaraia, Barão e baronesa de Sampaio Viana, Barão e baronesa de Santa Clara, Barão e baronesa de Santa Justa, Barão e baronesa de Taquery, Barão e baronesa de Ururahy, Barão e baronesa de Villa Velha, Barão e baronesa de Villa Bela, Barão e baronesa de Villa Nova do Minho, Barão e baronesa do Catete (Visconde de Silva), Barão e baronesa do Flamengo, Barão e baronesa do Gurupi, Baronesa de Araújo Ferraz, Baronesa de Bambuhy, Baronesa de São Matheus, Conde de Figueiredo, Conde de Sapucahy, Conde e condessa de Baependy, Conde e condessa de Itamaraty, Conde e condessa de São Mamede, Condessa de Carvalhido, Condessa de Iguapú, Duque e duquesa de Caxias (trasladados para o Panteão Nacional), Marquesa de Beapendy, Marquês de Bomfim, Marquês de Itanhaém, Marquês de Olinda, Marquês de Sapucahy, Marquês e marquesa de Caxias, Marquês e marquesa de Paranaguá, Marquês e marquesa de Valença. Visconde Castro Guidão, Visconde de Carapebús, Visconde de Congonhas, Visconde de Guaratiba, Visconde de Jequitinhonha, Visconde de Santa Izabel, Visconde de Uberaba, Visconde do Rio Branco (senador do império), Visconde e viscondessa da Estrella, Visconde e viscondessa de Cachoeira, Visconde e viscondessa de Figueiredo, Visconde e viscondessa de Guahy, Visconde e viscondessa de Jaguary, Visconde e viscondessa de Macaé, Visconde e viscondessa de Magé, Visconde e viscondessa de Merity, Visconde e viscondessa de Pirassinunga, Visconde e viscondessa de São Venâncio, Visconde e viscondessa de Uruguay, Visconde e viscondessa do Rio Novo, Visconde e viscondessa Duprat, Viscondessa de Santa Rita, Viscondessa do Souto, Antônio Cândido da Cruz Machado (senador do império). Catulo da Paixão Cearense, Francisco Braga (Maestro), Francisco José Gonçalves Agra (Ex-corretor), Francisco Manoel da Silva (Maestro), Francisco Van Erven, Henrique José de Araújo (Ex-corretor), José Simeão de Oliveira (marechal do império), Leopoldo Miguez (Maestro), Machado Coelho (Corretor graduado), Marciano de Aguiar Moreira (Ex-corretor), Theophilo Benedicto Ottoni (trasladado para a cidade do mesmo nome). (VALLADARES, 1972, p. 922, v. 2).

Adiante da relação fornecida pelo administrador, o autor do livro incluiu mais alguns nomes pesquisados por ele mesmo: “Barão de Marauiá, Barão de Silveiras, Marquês de São João de Palma, Marquês de Maricá, Barão de São Joaquim, Barão do Rosário, Visconde de Andarahy, Visconde de Villa Real” (VALLADARES, 1972, p. 922, v. 2).
Por falha do autor do livro, ou do administrador do cemitério, não foram relacionadas algumas personalidades. A viscondessa de Souto – grafada no livro como viscondessa “do” Souto, tal qual efetivamente se lê em sua lápide – está relacionada, mas não consta na obra o nome do visconde de Souto. Do mesmo modo, aparece o nome do marquês de Olinda, mas não o da marquesa de Olinda. Além disso, cometem-se vários equívocos, como, por exemplo, relacionar o conde de Sapucahy e, mais adiante, o marquês de Sapucahy, como se fossem duas pessoas diferentes quando, na realidade, trata-se do mesmo indivíduo. Também estão relacionados os nomes do marquês e marquesa de Caxias e, depois, do duque e duquesa de Caxias – que são as mesmas pessoas. A relação também faz parecer que vários casais estão sepultados juntos, quando, quase sempre, foram inumados em túmulos separados. Esses pequenos equívocos, entretanto, não diminuem a importância histórica da obra, admirável como registro e instrumento da Memória nacional.

Os dois volumes de Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros.

Os dois volumes de Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros.

 
Uma página qualquer dos livros acima.

 
Uma página qualquer dos livros acima.

 
Uma página qualquer dos livros acima.

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CONTINUA NA PARTE 3

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